ZUNÁI - Revista de poesia & debates

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 KREIT VARGAS GOMEZ



 

 

PISTA 17 - INTERPRETE ANÓNIMO

 

Clavando tu mirada en el revés de la luz

Dijiste Todos huyeron

 

¿Ahora este viento milagroso que ojos hinchará a la deriva?

De vuelta a la niebla /de vuelta a la luz

De vuelta al tiovivo del cuerpo

Cuando el oxígeno es el elemento más pesado

         ¿Cómo continuar?

Cuando el mundo se balancea en los pasos temblorosos del fatigado

La primera caída es la caída de todos

 

La caída de los sistemas igualitarios

La caída de los pájaros del barro bendito de los soñadores

 

Cuantas veces ensaye el corazón como brújula en los senderos del mundo

Cuantas veces tantas

Cuantas veces tantas

Cuantas veces tantas renuncie a la palabra como sombra y cobijo para las especies

Cuantas veces me negué a la cuerda como puente al yo perdido

Cuantas veces estos retazos de luz y sombra

 

Todos huyeron dijiste

 

Pero aun golpea este viento/ todos los vientos/ todos los soles/ todas las desesperanzas [encarnadas

En un solo y único momento

Donde la palabra será la palabra que sepulte por siempre las miserias de los ojos de mis [hermanos

 

 

PISTA 17 – INTÉRPRETE ANÔNIMO

 

Cravando teu olhar no avesso da luz

Disseste Todos fugiram

 

Agora este vento milagroso que olhos dilatará à deriva?

               De volta à névoa/de volta à luz

               De volta ao carrossel do corpo

Quando o oxigênio é o elemento mais pesado

                                           Como continuar?

 

Quando o mundo se balança nos passos trêmulos do fatigado

A primeira queda é a queda de todos

 

               A queda dos sistemas igualitários

               A queda dos pássaros do barro bendito dos sonhadores

 

Quantas vezes ensaiei o coração como bússola nas trilhas do mundo

               Quantas vezes tantas

               Quantas vezes tantas

Quantas vezes tantas renunciei à palavra como sombra e albergue para as espécies

Quantas vezes me neguei à corda como ponte ao eu perdido

Quantas vezes estes retalhos de luz e sombra

 

Todos fugiram disseste

 

Mas ainda bate este vento/ todos os ventos/ todos os sóis/ todas as desesperanças encarnadas

Em um só e único momento

Onde a palavra será a palavra que sepulte para sempre as misérias dos olhos de meus irmãos

 

Tradução: Diana de Hollanda

 

 

 

 



 

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Kreit Vargas Gomez (Arequipa, 1983). Arquiteto. Fez parte do Projeto Editorial Bastardía em 2006. Obteve o primeiro lugar nos Jogos Florais da Universidad Nacional de San Agustín em 2007 e em 2009 participa da mostra poética VISUAL POETRY & PERFORMANCE FESTIVAL (San Francisco – EUA). Publicou na revista Pterodactilo da Universidade de Austin (Texas) e, no mesmo ano, lança Elephant Gun (coedição Editorial Cascahuesos – Dragostea Editores). Atualmente faz parte do projeto editorial Corredor Sur (Chile, Peru, Argentina, Bolívia). Publicou em diversas revistas do México, Bolívia, Chile. Participou dos Festivais “Un par de vueltas por la realidad” (Lima, Peru), “Enero en la palabra” (Cusco, Peru) e “Amigo Imaginario” (Valdivia, Chile). Neste ano publicou o artefato­­­­­­­­­­­­­ poético Santería. Mantém um blog com o Projeto poético IMAGINA(RIO) http://kreitvargas.blogspot.com desde 2008.

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