ZUNÁI - Revista de poesia & debates

 

 

CORPO, SANGUE E VIOLÊNCIA
NA POESIA DE HERBERTO HELDER

Izabela Leal

 

A representação do corpo sempre ocupou um lugar de destaque nas artes, entretanto, como aponta Eliane Robert Moraes em seu livro O corpo impossível, foi a partir do final do século XVIII que o corpo humano passou a ser retratado de modo diferente do que costumava figurar até o momento, quando exibia as suas formas completas e bem acabadas, pois um tipo muito específico de pintura começou a entrar em cena: a representação dos guilhotinados. A partir daí, inaugurou-se uma interrogação cada vez mais incisiva sobre a desfiguração do corpo humano: a pintura, a escultura, a literatura e as artes em geral não cessaram de voltar-se para as metamorfoses do corpo, que passou a aparecer mutilado, recortado, fundido ao corpo de outros animais e até mesmo (con)fundido com a máquina.

A motivação que nos conduz a procurar entender a importância dessa tematização do corpo na obra de Herberto Helder relaciona-se, portanto, a uma necessidade de situar a sua poética numa ressonância com os interesses e as inquietações de nosso próprio tempo. Se no início do século XX o corpo foi incessantemente desfigurado, isso decorre de uma necessidade de tentar quebrar a sua estrutura organizada e fechada para permitir que se produzam outras formas de expressão da subjetividade. Preocupação inegavelmente contemporânea, a incidência das artes sobre a desfiguração do corpo humano é inseparável de uma reflexão sobre o próprio homem e sobre os atributos que normalmente o definem, tais como o primado da razão e o princípio de identidade. Assim, adiantando-nos um pouco, podemos dizer que se há em Herberto Helder uma tematização do corpo que passa pela metamorfose e pela desfiguração, é porque o autor se inscreve dentro de um projeto da modernidade que tem como objetivo tomar o corpo como possibilidade de desumanização, isto é, de expandi-lo para além dos limites que o circunscrevem. Como assinala Maria Ester Guedes em seu estudo sobre o autor,

De facto, o mais poderoso e energético elemento da poesia herbertiana será sempre o corpo, lugar de confluência e irradiação de forças orgânicas e mentais. Neste ponto, será bom observar que não estamos em presença de um universo poético antropocêntrico, mas corpocêntrico. (GUEDES, 1979)


Procuraremos avaliar, portanto, em que medida Herberto Helder apresenta o fazer poético como uma operação de captação de forças, de circulação de energia, chegando a tratar o poema como um organismo vivo. Além disso, devemos lembrar que em sua obra o fazer poético é uma operação que ocorre no corpo e assim este não surge apenas como tema ou material sobre o qual o poeta trabalha, mas ganha uma importância especial por ser retratado como o próprio local da criação. Desse modo, para além do estudo sobre as apresentações do corpo na obra de Herberto Helder, investigaremos quais as implicações que podem ser extraídas dessa relação intrínseca entre o corpo e a produção da poesia.

Ora, se é o próprio corpo que aparece na poética de Herberto Helder como o lugar da criação, procuraremos investigar como o fazer poético perpassa a sua obra. Em outras palavras, se a dilaceração do corpo empreendida pelas artes aponta para um ato subversivo, para uma destruição da racionalidade, podemos concluir que a criação é também a tentativa de instaurar uma nova ordem, ou, pelo menos, de criar brechas nas estruturas do discurso. Para ele, a poesia é necessariamente uma ação, capaz de instaurar um regime de forças. O caráter perturbador da arte está afirmado pelo autor num trecho do livro Photomaton & Vox, intitulado deliberadamente "A poesia é feita contra todos":

Nós respeitamos os atributos e instrumentos da criminalidade: agressão, provocação, subversão, corrupção. Queremos conhecer, exercendo-nos dentro de poemas, até onde estamos radicalmente contra o mundo. [...] É também o momento em que desaparecemos, e seria grato ver como o nosso rosto pode promover o susto dos corações afectos e afeitos à cordialidade. (HELDER, 1995, p. 161)


É interessante notarmos que o título do texto parafraseia a famosa afirmação de Lautréamont, na qual se declara que "a poesia deve ser feita por todos". Apesar de apontarem para sentidos completamente divergentes, as aspirações revolucionárias relacionadas à poesia estão presentes em ambas, e de forma mais violenta na frase de Herberto Helder. Não são poucas as ressonâncias entre os dois poetas, ainda que não tenham sido comumente explicitadas. Lautréamont é o grande cantor das metamorfoses, encenadas nos Cantos de Maldoror como manifestações de uma potência da agressividade que conduz ao devir, à abertura de conexões com o exterior; ou de um aumento do desejo de viver, como observa Bachelard em seu estudo sobre o poeta, intitulado Lautréamont. A metamorfose, neste último, assim como em Herberto Helder, corresponde sempre a uma elevação da potência de vida.

Desta maneira, os processos metamórficos que incidem sobre o corpo - processos esses que se configuram como mecanismos através dos quais todas as coisas são capazes de se libertarem de seus significados usuais para ingressarem em um desvio de sentido - exibem-se exaustivamente em Herberto Helder. Encarada como um ponto de partida para que se realize o processo criativo, a metamorfose estará atrelada a um desejo de levar às últimas conseqüências a compreensão da criação poética como uma operação de desestabilização do sentido. Dar lugar ao não-sentido é uma forma de reagir contra as tendências pragmáticas e utilitárias que submetem o mundo aos valores de troca, onde a própria linguagem é também concebida como uma pura mercadoria. A ensaísta portuguesa Silvina Rodrigues Lopes, no livro Literatura, defesa do atrito, chama a atenção para o lugar do não-sentido que a poesia acarreta - não-sentido que se manifesta como uma estranheza - e mostra que essa estranheza se apresenta como uma resistência à comunicação e que por isso mesmo pode desencadear experiências que rompem com os lugares-comuns e com os valores universais. "Sem resistência à comunicação não se sairia do puro automatismo em que nada começa. Porque um começo é isso - não a origem, mas o devir enquanto força de disrupção dos contextos, das referências, das destinações." (LOPES, 2003, p. 32)

A relevância das metamorfoses para a compreensão da obra de Herberto Helder tem sido comumente assinalada, entretanto será necessário repetirmos esse passo para mostrarmos de que forma o corpo virá a adquirir um papel preponderante em sua poética e quais as conseqüências que poderemos extrair daí. Um texto bastante citado a esse respeito encontra-se no livro Retrato em movimento e conta a história de um pintor que vê a todo instante o peixe que deseja pintar mudar de cor. O poeta conclui que o peixe "pretendia fazer notar que existia apenas uma lei que abrange tanto o mundo das coisas como o da imaginação. Essa lei seria a metamorfose." (HELDER, 1981, p. 380) A metamorfose, portanto, estaria relacionada a um princípio que rege todas as coisas, modificando-as incessantemente. Devemos observar que a sua realização ocorre sempre no nível da matéria, de forma que não podemos concebê-la dissociada de uma relação com o corpo. Assim, o processo metamórfico será sempre o processo de transfiguração sofrido por um determinado corpo.

Na poesia de Herberto Helder, o corpo não se apresenta através de uma tematização romântica ou clássica, não se trata de um corpo bem acabado, de formas perfeitas e ordenadas, nem de um corpo "descrito" em sua totalidade. O que há são os núcleos energéticos do corpo - boca, ânus, vagina, intestinos, coração -, e os seus fluidos - sangue e esperma. O corpo é um lugar de intensidades, de fluxos vitais. No texto "Feixe de energia", do livro Photomaton & Vox, o poeta afirma:

Porque o que se vê no poema não é a apresentação da paisagem, a narrativa das coisas, a história do trajecto,
mas
um nó de energia como o nó de um olho ávido,
o fulcro de uma corrente electromagnética,
um modelo fundamental de poder,
de alimentação. (HELDER, 1995, p. 139)

É por ser um nó de energia que o poema é capaz de expandir-se para além de seus próprios limites, para além do branco da página que o aprisiona. E é por isso que nós, leitores, podemos ser tocados também pela intensidade que ele carrega, pois o poema, na concepção de Herberto Helder, constrói-se em direção ao exterior e torna-se uma entidade autônoma, que expulsa o próprio autor para uma região de ausência, de pura perplexidade, como poderemos ler na primeira parte de "O poema", do livro A Colher na Boca (1961).

Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne.
Sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.

Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
- a hora teatral da posse.

E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.
E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
e a miséria dos minutos,
e a força sustida das coisas,
e a redonda e livre harmonia do mundo.
- Embaixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.

- E o poema faz-se contra o tempo e a carne.

Observemos primeiramente que o texto descreve o próprio ato de criação poética, num tipo de focalização em que a atenção é voltada não para o escritor ou realizador que efetua tal ato, mas sim para o próprio poema enquanto agente de sua gênese. Esta gênese é relatada como uma espécie de parto, isto é, o poema possui um corpo que é proveniente de outro corpo. Sua carne emerge de uma outra carne, da qual ele começa a diferenciar-se para adquirir sua própria autonomia. Ao colocar em cena esta temática da criação e situá-la no âmbito do corpo, o poema será percebido como força geradora, como potência, o que aponta para uma escrita voltada para um desejo de atuação, de constituição da realidade. As partes que se relacionam a essa gênese são descritas através de uma linguagem que chamaremos aqui de embriológica. Num primeiro momento, temos a germinação do poema, o período em que ele ainda é algo como um embrião, fundido e indiferenciado em relação ao corpo do qual emerge, sendo por isso mesmo designado pelo artigo indefinido um: "Um poema cresce inseguramente". Não podemos deixar de observar que nesse primeiro instante há somente uma zona de intensidade ainda incapaz de expressão, traduzida, de maneira notável, pelo terceiro verso - "sobe ainda sem palavras" -, e uma matéria desordenada, rica em potenciais - "sangue" e "carne" - e incertezas. É um ato de luta para viver, representado pela batalha desse organismo que exibe a sua energia na "ferocidade" através da qual se faz presente, embora a sua fragilidade seja exposta através dos advérbios "inseguramente", "ainda", "talvez".

No final do poema, o que era indiferenciado já adquiriu sua própria consistência, formando um corpo que é seu, não mais fundido com o do outro. Esse corpo formado já está pronto para atingir o exterior, antes totalmente distante. Ele agora é designado como "o poema", onde o artigo definido sugere a sua autonomia e unicidade. De fato, o poema possui uma autonomia, ele não é um mero reflexo do autor que estaria antes dele, como fica claro no verso que encerra a composição.

A motivação que nos conduz a procurar entender a importância dessa tematização do corpo na obra de Herberto Helder relaciona-se, portanto, a uma necessidade de refletirmos sobre as potencialidades da poesia, isto é, sobre o lugar que ela pode ocupar como abertura de brechas, de vazios na ordem do discurso.

Mas que implicações para a sua poética podemos deduzir do fato de o autor situar o poema no e como corpo? Primeiramente, há uma acentuação do caráter sensível da poesia. Se o poema emerge do corpo e é o próprio corpo, seremos levados a considerar que a criação é algo da ordem de uma experiência, de uma experiência sensível, que se produz a partir da transformação daquilo ou daquele que lhe dá origem. Toda e qualquer experiência tem como correlato necessário a modificação do organismo no qual ela tem lugar. A equivalência entre o nascimento - o parto - e a criação do poema transmitem a este último as mesmas características dos seres vivos e o poema torna-se vivo como a carne da qual provém. Por apresentar um vigor que lhe é próprio, o poema também está provido de uma capacidade criadora, que se volta sobre o poeta e o mundo.

Assim, o poeta só pode ser pensado a partir de uma instabilidade que a todo instante faz com que ele esteja sujeito a novas configurações, a diferentes formas de expressão, encontrando uma correspondência com a imagem do ator, não apenas pelo fato de o ator ser aquele que age, mas também porque o ator é aquele que permuta diversas máscaras e não tem uma identidade fixa: "O actor acende a boca. Depois os cabelos. / Finge as suas caras nas poças interiores. / O actor põe e tira a cabeça / de búfalo. / De veado. / De rinoceronte." (HELDER, 1981, p. 136)

Ao concentrarmos este estudo sobre os processos metamórficos da poesia de Herberto Helder, devemos lembrar dos textos que apresentam a criação poética como uma espécie de jogo de permutações, pois assim como ocorre com as trocas das partes do corpo que o ator pode experimentar, também as palavras podem obedecer aos mecanismos de montagem e desmontagem do texto poético. Isso ocorre, por exemplo, em Comunicação Académica e nos poemas que compõem A Máquina Lírica, onde as palavras agrupam-se e reordenam-se de forma a perderem os seus significados reais. Do mesmo modo, os jogos intertextuais, tão freqüentes em sua obra, expõem uma outra face desta permutação poética. Em A Máquina de Emaranhar Paisagens e Húmus, por exemplo, há um retorno sobre os textos que representam a tradição, realizado através da utilização de fragmentos de outras obras, até mesmo da tradição bíblica, que serão recortados e recombinados.

Em vários outros poemas, como em "Vocação animal", o corpo aparece relacionado a um regime de fluxos e de deslocamentos: "Deslocações de ar, de palavras, partes do corpo, deslocações de sentido nas partes do corpo / [...] / Alguém respira onde é vivo - uma boca, um ânus, uma vagina viva. / [...] / Alguém se transforma numa coisa inominável." (HELDER, 1981, p. 447) A atividade de deslocamento constante retratada no poema - que é ao mesmo tempo uma operação de desarticulação das palavras e das partes do corpo - impede a fixação do sentido, terminando por apontar para algo da ordem do inominável, isto é, algo que não pode ser reduzido a um sentido definitivo.

A desarticulação do sentido apontada acima realiza-se sempre através de uma força, que pode ser construtiva ou destrutiva. A intensidade, a energia e a violência são motores essenciais para a construção da obra, mas todas essas forças obedecem a um ritmo, que é a verdadeira tensão poética. No texto "Imagem", também de Photomaton & Vox, o autor novamente diferencia a poesia de uma expressão dos sentimentos e procura expor o que, para ele, constitui a verdadeira natureza do poema: "A poesia não é feita de sentimentos e pensamentos mas de energia e do sentido de seus ritmos. A energia é a essência do mundo e os ritmos em que se manifesta constituem as formas do mundo." (HELDER, 1995, p. 144)

O poema-corpo exibido em seus escritos é então visto como um lugar de produção, como podemos observar na primeira parte do poema "Exercício Corporal", encontrado no livro Retrato em Movimento, onde o ritmo sincopado dos batimentos cardíacos corresponde ao ritmo das batidas do martelo que constroem a obra:

Há aqui uma história de mãos. Trata-se dos terríveis trabalhadores rimbaldianos [sic] que trabalham o pesadelo. Têm o primeiro dia da sua criação, e nele colocam uma negra rosa de ferro. Têm o segundo dia, e há a explosão de um minério obscuro, ainda que ardente. No terceiro dia da sua tenebrosa tarefa, eles levantam do abismo um peixe desaforado. E no quarto dia, no quinto, e no sexto dia da sua atormentada criação, vão martelando com uma paciência cruel as demoníacas máquinas do sonho. E ao sétimo dia eles contemplam sua obra, e não sentem contentamento. O sétimo dia está cheio, desde o fundo, daquele feroz martelar, que é o martelar do coração sombrio onde o sangue é violento. [...] (HELDER, 1973, p. 153)

A referência a Rimbaud não poderia ser mais significativa. Constantemente citado por Herberto Helder, as ressonâncias entre ambos são inúmeras, principalmente se lembrarmos da famosa Lettre du voyant escrita por este ao seu ex-professor Paul Demeny, onde o jovem poeta diz que para fazer poesia é necessário tornar a alma monstruosa, como um homem que implantasse e cultivasse verrugas sobre o rosto. Mais uma vez, estamos às voltas com uma violência deformadora, uma desfiguração do corpo que deve ser efetuada para que se produza a poesia.

No texto I do livro Antropofagias o corpo aparece associado ao trabalho de criação. O fazer poético - ou máquina lírica, como Herberto Helder prefere chamá-lo -, sendo um dispositivo que permite operar as palavras, submete-as a uma conexão de desejos e a um contínuo de intensidades. É assim que o poeta pode afirmar que "[...] agora estamos a ver as palavras como possibilidades / de respiração digestão dilatação movimentação [...]" para, no mesmo texto, perceber que estas palavras adquirem vida e, assim como Breton, que afirmava que as palavras faziam amor, as palavras em Herberto Helder "[...] estão a falar a andar umas com as outras [...]". Por fim, elas são identificadas aos autómatos, encerrando o poema da seguinte forma: [...] se calhar vão destruir-nos sob o título / 'os autómatos invadem' mas invadem o quê?" (HELDER, 1981, 508) A suspeita de uma destruição pela palavra nada mais é do que a observação de uma potência que é estranha à finalidade corriqueira do discurso. Se a palavra, inegável artifício, é capaz de adquirir vida, essa vida que ela adquire, contesta, através da estranheza que provoca, a organização estruturada do mundo, abrindo espaços vazios em seu funcionamento. Assim, acaba por questionar os limites do humano e por desestabilizar a universalização dos valores. É justamente nesse ponto que a obra de Herberto Helder se apresenta como uma poética da abertura para o devir, pois é somente com a contestação do homem, isto é, dos princípios de identidade e racionalidade pelos quais este costuma definir-se, que poderão ser propostas outras maneiras de estar no mundo.

*

Izabela Leal é doutoranda em Literatura Portuguesa pela UFRJ e bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian.


Bibliografia:


BACHELARD, Gaston. Lautréamont. Lisboa: Litoral, 1989

GUEDES, Maria Ester. Herberto Helder - poeta obscuro. Lisboa: Moraes editores, 1979

HELDER, Herberto. Poesia toda. Lisboa: Assírio e Alvim, 1981

______. O Corpo o Luxo a Obra. São Paulo: Iluminuras, 2000

______. Photomaton & Vox. Lisboa: Assírio & Alvim, 1995

LOPES, Silvina Rodrigues. Literatura, defesa do atrito. Lisboa: Vendaval, 2003

______. A inocência do devir - ensaio a partir da obra de Herberto Helder. Lisboa: Vendaval, 2003

MORAES, Eliane Robert. O corpo impossível. São Paulo: Iluminuras, 2003

SANTOS, Maria Etelvina. Herberto Helder - Territórios de uma poética. In: Semear - Revista da Cátedra Padre António Vieira de Estudos Portugueses, n.4: 305-324, 2000

*

 

retornar <<<

[ ZUNÁI- 2003 - 2005 ]